Soledadense inicia graduação para ajudar filho com deficiência auditiva

Foto: Divulgação / Folha Popular
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“Vou fazer de tudo para garantir uma educação de qualidade para meu filho”. Esse é o pensamento que guia Dianacris Marindia Terres, natural de Soledade e que mora há 15 anos em Teutônia. Ela ingressou no curso de Pedagogia, na modalidade de Educação a Distância (EAD), da Univates com o propósito de auxiliar seu filho, Leonardo Terres Klein de Oliveira, 18 anos, que tem deficiência auditiva, nos estudos.

Conforme a mãe, desde o início da vida escolar de Leonardo a família enfrentou diversos problemas. Apesar de ter seu plano de ensino adaptado, sempre foi preciso muita luta e perseverança para que ele pudesse continuar estudando. “Sempre precisei correr atrás de tudo. Mesmo comunicando um ano antes uma escola em que o Leo iria estudar, o pessoal não se preparava para ajudá-lo da maneira correta. Nos anos iniciais, tive que acompanhá-lo durante um tempo na escola, caso contrário ele não teria auxílio”, conta Dianacris.

Por uma educação mais inclusiva
Para Dianacris, a educação ainda precisa se desenvolver para ser mais inclusiva. “Meu filho entrava e saía da escola sem ter interação com as pessoas. Como os professores não tinham domínio da Língua Brasileira de Sinais (Libras), o Leo ficava de canto. Nas poucas aulas que tive no curso de Pedagogia, já pude aprender que quando o aluno está com dificuldade em algum conteúdo, nem sempre a culpa é dele. O professor precisa mudar sua filosofia de ensino para, de alguma forma, auxiliar o estudante que está com dificuldade”, declara a mãe.


Apesar das dificuldades, Dianacris nunca pensou em desistir. Ela afirma que, mesmo com todos os problemas, abaixar a cabeça nunca foi uma opção. “Sempre ouvi histórias de crianças que tiveram que largar os estudos por conta da deficiência auditiva. Coloquei desde cedo na minha cabeça que com meu filho isso não iria acontecer. Fiz, e vou continuar fazendo, de tudo para que ele tenha uma educação digna e de qualidade”, garante.

Quanto ao ingresso na Pedagogia, a mãe conta que sempre teve interesse no curso, mas o início não foi planejado. “Resolvi ligar para o polo aqui de Teutônia para saber sobre o processo seletivo. Fui informada de que o processo abriria no outro dia, então resolvi agendar uma prova para ver como iria me sair. Depois de algumas horas recebi a confirmação de que tinha sido aprovada. Fiquei superfeliz e resolvi me matricular. Alguns dias depois já estava acompanhando as aulas”, explica.

Empatia pelas necessidades dos outros
Movida pela empatia, com o curso, além de auxiliar seu filho, Dianacris pretende ajudar outras pessoas que estão passando pelas mesmas dificuldades que ela. “Quero poder ajudar mães e outras famílias que passam pelo mesmo problema. Muita gente fala em acessibilidade e direitos iguais, mas na prática muitas vezes isso não acontece. Precisei lutar muito para garantir o estudo ao meu filho”, conta.

O contato da família com a Univates acontece desde o ano passado, quando Dianacris e Leonardo começaram a frequentar, juntos, o curso de Libras promovido pela Educação Continuada. Para a mãe, além de auxiliar nas questões do dia a dia, o curso se tornou uma forma de seu filho desenvolver autonomia. “Sempre senti o Leo meio apático e dependente de mim. No curso ele está criando autonomia para fazer seus trabalhos sozinho. Quando tem trabalhos em dupla ele logo pede para fazer comigo, mas, com dor, estou negando para que ele busque ter contato com outras pessoas”, comenta a mãe.

Prestes a se formar no Ensino Médio, Leonardo e sua mãe já projetam planos para o futuro. Conforme a mãe, a ideia dele é seguir no ramo da computação. “O Leo quer seguir para a área digital, pois gosta bastante de estar conectado e consegue lidar muito bem com as questões ligadas à tecnologia. Seja qual for sua escolha, ele sabe que sempre terá todo suporte necessário. Queremos que ele siga o caminho que ele desejar”, finaliza Dianacris.

*As informações são da Folha Popular.